Cartografia

Cartografia é a linguagem que se ocupa da comunicação e da representação dos fenômenos por meio dos produtos cartográficos.
Ela é responsável pelos processos que evidenciam a complexa realidade em diferentes formas de representações, sejam elas no papel ou em formato digital.
mapa é o principal produto da linguagem cartográfica e uma das principais formas de representação do espaço geográfico.
Saiba mais
Um mapa, nada mais é do que uma representação gráfica reduzida da realidade, que mostra características naturais, econômicas, sociais e culturais da superfície, ou de parte dela.
Em outras palavras, os mapas são representações elaboradas com a finalidade de evidenciar fenômenos que ocorrem na superfície terrestre.
Além dos mapas, os globos terrestres, as maquetes, as plantas, os croquis, os gráficos, as fotografias aéreas e as imagens de satélites compõem a linguagem cartográfica e são ferramentas de compreensão dos fenômenos espaciais.
Por compreenderem uma linguagem, os produtos cartográficos são transmissores e produtores de ideologias, uma vez que são concebidos de acordo com interesses e seus idealizadores.
Por esse motivo, não podemos dizer que os mapas, ou qualquer outra forma de representação cartográfica, são reproduções fiéis da realidade, uma vez que retratam diferentes perspectivas ou visões de mundo.
Curiosidade
Em 1943, o artista plástico uruguaio, Joaquín Torres García, publicou a obra Mapa Invertido da América do Sul. Mesmo sem ser um expoente da Cartografia, García provocou discussões entre os especialistas, ao representar o continente sul-americano “de cabeça para baixo”.
Mas por que o artista tomou essa decisão? Certamente para valorizar a América do Sul e o Uruguai.
Nos mapas convencionais, estamos acostumados a posicionar o hemisfério Sul abaixo do Norte. Ao fazermos isso, indiretamente concordamos com uma visão de mundo eurocêntrica, que posiciona as potências europeias (e também Estados Unidos e Japão) acima dos países do Sul. Essa visão confirma a posição de dependência dos países da América, que são, em sua maioria, ex-colônias das grandes potências do mundo.
Nesse mapa, García incitou uma provocação: que enxergássemos a América sob uma nova perspectiva, livre de ideologias dominantes que cercam a produção cultural latina desde a época da dominação portuguesa e espanhola, ainda no século XVI.
Tratava-se primeiramente de – a partir de uma representação cartográfica – reordenar hierarquias, enfatizar valores e ideais locais, levando-nos a refletir sobre o papel dos países da América do Sul.
Para entendermos melhor sobre a Cartografia, é essencial conhecermos um pouco da sua história.
É muito comum entendermos a Cartografia como a ciência responsável pela representação do espaço e pela construção de mapas e outros produtos cartográficos.
Ao pé da letra, a palavra Cartografia nos remete à produção e à representação gráfica da superfície terrestre por meio dos mapas.
O desenvolvimento da Cartografia acompanhou o desenvolvimento das civilizações. Antes mesmo de dominar a escrita, os seres humanos já registravam o espaço em que viviam.
Por exemplo, a arte rupestre, que destacava as representações artísticas da Pré-História nas paredes das cavernas e das rochas, evidenciavam situações cotidianas da época, como o momento da caça ou de rituais místicos.
É por essa razão que se diz que a arte de representar o espaço em que se vive e desenhar mapas é mais antiga que a escrita.
Você sabia que em seus primórdios, o desenvolvimento da ciência cartográfica só foi possível graças à incorporação de estudos originários da Astronomia e ao aprimoramento das noções de orientação e de localização?
Foi somente a partir do século XIII – com o desenvolvimento das primeiras cartas náuticas e, mais tarde, com a introdução do sistema de latitudes e longitudes nas cartas e mapas – que a Cartografia se tornou mais técnica e precisa, e passou a ser um suporte fundamental a uma das principais atividades da época: as navegações europeias, nos séculos XV e XVI. A medida que os seres humanos exploravam lugares cada vez mais distantes e se deparavam com o desconhecido, surgia a necessidade de se orientar e de se localizar, bem como representar a superfície terrestre de modo cada vez mais preciso.Com as expedições marítimas, a representação dos oceanos tornou-se tão importante quanto a representação das terras já habitadas e catalogadas.
No início do século XVI, o Planisfério de Cantino (elaborado em 1502) era considerado a carta náutica mais atualizada das terras emersas conhecidas na época.
Repare que, nessa representação, além da Linha do Equador e de outros paralelos, também foi representado o meridiano que indicava a linha do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494.

                                  Planisfério de Cantino- 1502
Outra representação bastante conhecida da época das Grandes Navegações é a do cartógrafo flamengo, Gerard Kremer, mais conhecido como Mercator.
Também elaborado no século XVI, no contexto das Grandes Navegações e da Expansão Marítima e Comercial da Europa, o planisfério desenvolvido por Mercator foi criado para facilitar a orientação e a navegação daqueles que se aventuravam em mares desconhecidos, em busca de novas terras para conquistá-las e explorá-las economicamente.
                             Planisfério de Mercator 1569.
Apresentada em 1569, a representação elaborada por Mercator foi uma das primeiras a colocar praticamente todo o planeta no planisfério. Na época, ela foi amplamente difundida e, até hoje, é a principal forma utilizada para representar o planeta.
Ao desenvolver seu planisfério, Mercator contribuiu imensamente para o desenvolvimento do sistema de projeções cartográficas – um conjunto de técnicas e cálculos criados para amenizar as distorções das representações da realidade na folha de papel.
Curiosidade
Observe no mapa! Como as expedições em busca de novos continentes partiam da Europa, tornou-se um hábito tomá-la como o centro das grandes “descobertas”.
Foi assim que, a partir da representação de Mercator, o continente europeu ganhou importância nos mapas e passou a ser posicionado ao centro e no alto das representações.
Mais tarde, essa configuração do mundo tornou-se comum e natural às demais formas de representação do mundo.
Desde a Pré-História, as diferentes civilizações sempre encontraram distintas maneiras de representarem e se localizarem sobre a superfície terrestre. Dentre elas, a orientação pelos astros foi a forma mais conhecida para identificar as localidades, traçar caminhos e rotas para viagens.
Com o tempo, os estudos astronômicos e o desenvolvimento dos instrumentos de localização permitiram que o sistema de coordenadas geográficas (latitudes e longitudes) fosse incorporado às representações cartográficas, deixando-as mais precisas quanto ao posicionamento dos lugares e aos contornos territoriais.
Já no século XVIII, o mundo estava praticamente todo mapeado e com os contornos muito próximos daqueles que conhecemos hoje.
Os avanços das técnicas cartográficas também ampliaram a precisão e a quantidade de informações disponíveis nos mapas.
Com isso, a finalidade dos mapas e dos outros produtos cartográficos também se expandiu, atingindo diversas atividades humanas.
A bússola é um instrumento de navegação e orientação criado pelos chineses. Por possuir uma agulha imantada que aponta para a direção norte-sul magnética, a bússola dispensa a orientação pelo Sol e pelas estrelas e, por isso, foi muito útil à época das Grandes Navegações europeias.
O astrolábio foi um instrumento náutico criado pelos gregos. O aparelho determinava a altura das estrelas em relação ao horizonte e foi muito utilizado por navegadores árabes e portugueses, pois permitia a localização das embarcações em alto-mar.
A criação do telescópio praticamente determinou o fim do astrolábio como um instrumento de localização e posicionamento das estrelas no espaço. Esse instrumento foi criado para observar e mensurar objetos distantes, auxiliando nos estudos astronômicos.
A existência de pedras com capacidade de atrair metais foi descoberta por Tales de Mileto, no século VII a. C., segundo o filósofo grego Aristóteles. Mas foi no século I que os chineses inventaram a bússola, utilizando como matéria-prima uma colher que apontava para o Sul. Novecentos anos mais tarde essa colher foi substituída por uma folha de ferro e foi chamada de peixe-que-aponta-o-sul. Ganhou esse nome em razão da folha usada ser em forma de peixe. Os chineses magnetizavam a folha aquecendo-a até ficar incandescente e depois mergulhando-a na água. Em seguida colocavam a folha em um recipiente com água parada. A folha em forma de peixe, magnetizada, apontava a cauda para o Norte. Mais tarde, no século XI, trocaram a folha por uma agulha, suspensa por um fio de seda.

Em 1302, o marinheiro e inventor Flávio Gioia aperfeiçoou a bússola, colocando a agulha sobre um cartão com o desenho de uma rosa-dos-ventos, o que facilitou a orientação. Em alguns desenhos, o Leste, demarcado na rosa-dos-ventos, era substituído pelo desenho de uma cruz, mostrando a localização da Terra Santa.

Foi em 1417 que intelectuais pertencentes à Escola de Sagres, pioneira na tecnologia marítima, desenvolveram o modelo de bússola que conhecemos hoje: protegida por uma tampa de vidro que impedia a interferência de outros metais. Seu nome origina-se do italiano “bussola” que significa “caixa pequena”.
Agora que conhecemos um pouco da história da Cartografia, vamos entender melhor os dois campos em que ela está divida atualmente: Sistemática e Temática.
Nessas cartas, representam-se alguns elementos da realidade com alto grau de precisão e detalhamento, dentro dos limites da escala escolhida, por exemplo:
artografia Sistemática, que é responsável pela elaboração de cartas topográficas.
Em razão da necessidade de precisão e detalhamento, a produção de cartas topográficas sistematiza-se em normas técnicas e convenções internacionais.
Vale destacar que um dos principais objetivos das cartas topográficas é a representação das informações planimétricas e altimétricas.
Em outras palavras, elas têm por finalidade colaborar com a localização e a mensuração dos elementos da realidade, por exemplo, o posicionamento preciso de uma represa, a altitude de uma serra, a área de uma plantação, a localização de uma rodovia.
É por esse motivo que os levantamentos sistemáticos pressupõem procedimentos de análise das superfícies mapeadas, contando com o apoio de estudos de campo, pesquisas topográficas e, atualmente, de fotografias aéreas e imagens de satélites.
No Brasil, o IBGE é o principal órgão civil responsável pelo mapeamento sistemático do território nacional em diferentes escalas.
Em resumo, a Cartografia Sistemática cuida da representação de informações planimétricas e altimétricas de todos os objetos (sejam eles naturais ou construções humanas) presentes na superfície que se quer mapear. Seu principal objetivo é o mapeamento preciso dos objetos, utilizando-se para isso escalas e convenções padrões.
Devido ao detalhamento e precisão das informações, a Cartografia Sistemática está na base da elaboração de diversos produtos cartográficos. Por esse motivo, ela também pode ser chamada de cartografia de base.
Assim, todo o trabalho de produção dos mapas tem como fundamento os levantamentos sistemáticos.
Na próxima página, vamos entender melhor sobre o outro ramo da Cartografia: a Cartografia Temática!

CARTOGRAFIA TEMÁTICA

Enquanto a Cartografia Sistemática ocupa-se da elaboração de cartas topográficas, a Cartografia Temática cuida da elaboração de mapas que representam um determinado fenômeno ou tema: população, clima, economia, vegetação, geologia, relevo, urbanização etc.
Nesses mapas, a precisão da altimetria e o detalhamento das informações apresentadas nas cartas topográficas são menos relevantes.
Para a Cartografia Temática, é mais importante a representação quantitativa e/ou qualitativa dos fenômenos, sejam eles naturais, econômicos, políticos, sociais ou culturais.
Clique em cada uma das legendas no mapa dos Estados Unidos, e observe como o cartógrafo se ocupou em representar um único tema: os cinturões agrícolas.
Nos mapas temáticos, a ocorrência dos fenômenos, tal como o cultivo de milho, algodão, trigo, culturas tropicais ou a criação de gado leiteiro, diferencia-se pela variação de cores, texturas, linhas, pontos, símbolos e outras convenções expressas na legenda.
Com essas informações, é possível conhecer a distribuição espacial da produção agropecuária nos Estados Unidos.
Para representar um tema, a Cartografia Temática conta com uma série de recursos que possibilitam identificar, dimensionar e quantificar a ocorrência dos fenômenos representados.
Esses recursos devem ser capazes de criar variáveis visuais necessárias para a representação do fenômeno que se deseja mostrar. Eles podem ser pontos, linhas e áreas, que variam em forma, cor e tamanho e, geralmente, são interpretados com o auxílio da legenda.
Vamos conhecer alguns exemplos de métodos de representação usados pela Cartografia Temática:
  • Variação de cores
  • Variação ordenada de cores
  • Variação de texturas
  • Variação ordenada de texturas
  • Variação de formas
  • Nesse momento, é importante que você saiba que as informações que aparecem no mapa devem ser relevantes e significativas para o seu entendimento.
    Observe! Em todas as representações cartográficas espera-se que elementos como: títulofontelegendaorientação e escala, sejam evidenciados de modo a facilitar a leitura, a interpretação e a finalidade de cada uma delas.
    Interessante não é mesmo?
    Na próxima página veremos mais uma maneira de representar as informações no mapa, mas antes, clique no Saiba mais para conhecer melhor os principais elementos dos mapas. Vamos lá! A Cartografia é a linguagem que permite que qualquer pessoa compreenda a realidade a partir da leitura de mapas. Para melhor transmitir uma informação, o mapa necessita de certos elementos que facilitam o seu entendimento. São os chamados elementos do mapa. São eles:
    título informa o assunto ou o conteúdo principal do mapa. Geralmente, responde a três perguntas: “Qual o fenômeno representado?”, “Onde esse fenômeno ocorreu?” e “Quando esse fenômeno ocorreu?”
    legenda explica as informações do mapa, decodificando símbolos, códigos e cores, ou seja, traduz as informações contidas em um mapa. Por convenção, algumas cores e símbolos são adotados mundialmente, como é caso do desenho de um avião, usado para indicar a presença de um aeroporto; ou ainda a cor azul, geralmente adotada para representar regiões cobertas por água.
    escala indica quantas vezes o espaço real foi reduzido proporcionalmente para poder ser representado no mapa. O uso desse elemento permite relacionar as dimensões reduzidas da representação com medida real do terreno.
    fonte revela a origem das informações representadas no mapa, isto é, a instituição que organizou a base de dados e as informações contidas naquela representação. Sua indicação permite ao leitor verificar a credibilidade do produto cartográfico.
    Com o auxílio da Rosa dos Ventos ou de uma pequena seta que aponta para o norte, a orientação mostra a direção e a localização dos lugares que o mapa representa. Da posse dessa informação, é possível traçar as demais orientações no mapa. 
    Saiba mais
  • A Cartografia Temática também é capaz de representar fenômenos que indicam movimentos, como os mapas de fluxos. Um exemplo de uso desses mapas é aquele que mostra os deslocamentos populacionais ou as migrações.
  • Clique nas datas e observe no mapa que o sentido das setas indica a direção do fluxo migratório, e a espessura delas, indica a intensidade do fenômeno.
  • SENSORIAMENTO REMOTO

    O que acha de aprofundarmos um pouco mais o nosso conhecimento?
    Como você já sabe, a tecnologia não para de crescer e se aprimorar a cada dia. Para a Geografia, isso significou o desenvolvimento de novas técnicas de coleta de imagens e de processamento de informações para a análise do espaço geográfico.
    A palavra “remoto” significa “afastado” ou “distante”, assim, o sensoriamento remoto é o conjunto de técnicas de obtenção e registro de imagens à distância, por meio de diferentes sensores.
  • As fotografias aéreas ou aerofotografias são captadas a partir do sobrevoo de uma aeronave ou de um drone com uma câmera fotográfica específica acoplada em seu piso.
    Como você pode observar na imagem, essas fotografias apresentam informações de vegetação, ocupação do solo, além de caracterização do relevo e, por esse motivo, são requisitos básicos para a elaboração de mapas e cartas topográficas, além de projetos de planejamento territorial.
  • O voo que capta as fotografias aéreas é orientado por um GPS (Sistema de Posicionamento Global) que realiza uma trajetória em linhas paralelas por uma área predeterminada.
    Nesse processo, a câmera registra as imagens sequencialmente. Atualmente, esses registros são feitos por drones.
    Em seguida, as imagens são sobrepostas e passam por um processo de tratamento e correção das imperfeições e das irregularidades do relevo, chamado ortorretificação.
  • Além das fotografias aéreas, as técnicas de sensoriamento remoto contam com as imagens de satélites.
    Os satélites, situados na órbita da Terra, rastreiam e informam com precisão o posicionamento de inúmeros elementos. Eles também captam imagens continuamente e, por esse motivo, são importantes instrumentos para o monitoramento de fenômenos que ocorrem na superfície e na atmosfera, permitindo um maior rigor na elaboração dos mapas e dos estudos geográficos.
    Saiba mais
    As informações captadas via satélites também nos possibilitam apreciar praticamente toda a superfície terrestre com o uso de programas de voos virtuais, que permitem a observação do planeta Terra em diferentes escalas, como se usássemos o recurso zoom de uma câmera digital.

  • Fique atento! A imagens de satélites, geralmente, são utilizadas na confecção de mapas temáticos, enquanto as fotografias aéreas servem de base p a produção de cartas topográficas.


  • Os satélites também nos permitem encontrar endereços, traçar rotas e itinerários de viagens, a partir do GPS (Sistema de Posicionamento Global).
    Utilizado inicialmente para fins militares e estratégicos, para orientar mísseis teleguiados e aeronaves, o GPS ganha cada vez mais a sociedade civil, especialmente com a popularização dos smartphones.
  • Quando vinculados a uma base de mapas e guias de ruas, o GPS permite a orientação contínua dos motoristas e pedestres por meio das informações das coordenadas geográficas captadas nos satélites.
  • Além dos dados sobre posicionamento e navegação, o GPS transmite informações sobre a altimetria e as condições atmosféricas.
Ao longo dos anos, diferentes aparelhos foram desenvolvidos para identificar, localizar e orientar as posições e os percursos seguidos pelos homens sobre a superfície terrestre. Dentre os principais instrumentos, destacam-se a bússola e, mais recentemente, o GPS.
O GPS, sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global, é um instrumento desenvolvido pelos militares norte-americanos, na década de 1970 e que, atualmente, é usado para a navegação de todos os tipos de meios de transportes, trilhas e outras atividades, que demandam o rastreamento e a localização precisa de objetos.
O aparelho fica conectado e capta os sinais transmitidos pelos satélites artificiais, localizados na órbita da Terra. Atualmente, a maioria dos celulares tipo smartphones possuem aplicativos de GPS.








Os satélites meteorológicos estão mais distantes da órbita da Terra e, por isso, captam áreas maiores, mostrando as condições atmosféricas em intervalos regulares.
Com essas imagens, é possível monitorar a atmosfera, verificar os deslocamentos das massas de ar e prever as condições do tempo para os próximos dias.
Até agora você pôde compreender que as imagens de satélites, as fotografias aéreas e demais técnicas do sensoriamento remoto ampliam a capacidade de análise do espaço geográfico, uma vez que permitem o monitoramento da superfície terrestre e auxiliam nas atividades de planejamento territorial.
Em outras palavras, é importante que você se lembre que essas técnicas possibilitam o acompanhamento das transformações das paisagens provocadas pelas atividades humanas.
Distrito de Bento Rodrigues, após rompimento das barragens
No dia 5 de novembro de 2015, o Brasil presenciou o rompimento de duas barragens de uma empresa mineradora, no Estado de Minas Gerais.
A ruptura liberou uma imensa onda de lama com rejeitos de mineração e atingiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, além de outras áreas da redondeza.
Evolução da lama com rejeitos de mineração pelo Rio Doce e pelo Oceano Atlântico, dias após o acidente
Após o acidente, as fotografias e as imagens de satélite revelaram o tamanho do estrago provocado pelo acidente.
Nos dias seguintes, também foi possível monitorar a lama que atingiu o Rio Doce, em direção ao Espírito Santo, até desaguar no Oceano Atlântico.
Fotografia aérea do Distrito de Bento Rodrigues, quase um ano após o rompimento das barragens
As imagens capturadas em momentos distintos, quando analisadas e comparadas, colaboram com a investigação dos reais danos provocados pela lama e os rejeitos da mineração. Além disso, elas contribuem para o desenvolvimento de ações ligadas à recuperação das áreas atingidas.
Para muitos, os acidentes ocorridos nas barragens em Mariana e Brumadinho (em 2019) podem ser considerado os maiores desastres ambientais ocorridos no Brasil.

A CARTOGRAFIA NA ERA DA INFORMAÇÃO

Com o desenvolvimento tecnológico e de informação, os procedimentos de elaboração de cartas topográficas e mapas temáticos ganharam o suporte das fotografias aéreas, das imagens de satélites, dos radares, dos GPS, dos softwares para mapeamento digital e outros instrumentos que dão mais precisão aos produtos cartográficos, bem como atualizam os dados com mais rapidez.
A combinação de técnicas de sensoriamento remoto e de outras tecnologias ou dispositivos que produzem, captam, armazenam, monitoram, processam e cruzam informações relevantes para a análise do espaço, recebe o nome de Sistema de Informações Geográficas (SIGs).
Os SIGs integram, em uma única base, informações de natureza distintas (imagens, fotografias, dados alfanuméricos etc.), a fim de que seja possível consultar e analisar a realidade estudada.
Nos softwares, essas informações georreferenciadas (com as coordenadas geográficas) são distribuídas e sobrepostas em layers ou camadas, o que possibilita a correlação das informações conforme a necessidade do usuário e a geração de uma ampla variedade de mapas, gráficos e outros produtos, sendo um instrumento eficiente para a análise do espaço geográfico.
Atualmente, os SIGs são fundamentais para os estudos de planejamento territorial, análises de ocupação do solo urbano e rural e para os estudos e relatórios de impactos ambientais.
                                                                         sigs

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