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Mostrando postagens de março, 2019

A Revolução Praieira

O movimento ocorrido em Pernambuco entre 1842 a 1849 pode ser caracterizado como o mais “politizado” de todas as revoltas do período (alguns historiadores consideram-na uma revolução), no sentido de que originou-se e desenvolveu-se enquanto luta política explícita entre classes sociais distintas, que procuravam expressar-se em torno de suas posições políticas e ideológicas. Mesmo levando-se em conta que o “pano de fundo” econômico-social não era radicalmente distinto daquele das demais revoltas, o fato é que a situação da província de Pernambuco apresentava algumas particularidades de “modernidade” para a época, digamos assim. Tratava-se de uma província bastante desenvolvida, em função dos séculos de produção açucareira. Consequentemente, a força dos senhores de terra e engenho era enorme. Nas cidades, e principalmente na capital, desenvolvera-se uma forte burguesia comercial, composta majorit

A Sabinada

A Sabinada foi uma rebelião ocorrida em Salvador, entre 1837 e 1838, envolvendo membros da classe média, cujo ideário era principalmente federalista e republicano. O nome deriva de um de seus líderes, Sabino Barroso, que era jornalista e médico. A rebelião obteve apoio dos comerciantes de Salvador, e também dos escravos negros, já que lhes era prometida liberdade em troca da luta. Apesar disso, a revolta não se espalhou, já que os produtores rurais da região do Recôncavo, temendo perder seu poder, apoiaram as tropas legalistas do governo central, cujas tropas, cercando a cidade por terra e mar, sufocaram a revolta, numa sangrenta luta corporal que resultou num saldo de aproximadamente 1800 mortos.

A Balaiada

As rivalidades entre membros da elite local maranhense foram a principal motivação da rebelião conhecida como Balaiada, iniciada em 1838. O nome deriva do apelido de um dos líderes, Francisco dos Anjos Ferreira, o Balaio, cuja filha foi violentada por um capitão de polícia, não tendo havido nenhuma investigação ou punição. Juntamente com outro importante líder, Raimundo Gomes, a rebelião envolveu principalmente pequenos produtores de algodão e criadores de gado (FAUSTO, 1994). Os rebeldes, carentes de uma causa comum, usavam estratégias de guerrilha. As tropas do governo central, por sua vez, lideradas por Luís Alves de Lima e Silva – na ocasião, nomeado “Barão de Caxias” – buscaram reforçar as defesas das vilas e cidades, especialmente Caxias, maior centro da revolta. A revolta foi contida totalmente em 1840, sendo dada anistia aos revoltosos em troca da re- escravização dos negros que nela lutaram.

A Revolução Farroupilha

Provavelmente a mais conhecida revolta do período imperial, eclodiu em 1835, no Rio Grande do Sul. Foi a mais longa revolta do período, durando até 1845. Essa província mantinha estreitas relações com as colônias da região do Rio da Prata – Uruguai e Argentina. O principal produto comercial da região era o charque (carne salgada), que era comercializado principalmente com as províncias do centro-sul do Brasil, para consumo dos escravos. Além disso, produzia também muares, que eram usados no transporte de mercadorias pelo Brasil. A principal reclamação com relação ao governo central residia na cobrança de impostos, considerada exagerada. Além disso, era comum as províncias que não podiam se manter receberem fundos provenientes de recursos obtidos em outras. Assim, o Rio Grande do Sul tinha que arcar com custos de províncias como Santa Catarina, entre outras. Os principais interessados em separ

A Confederação do Equador

   Em 1824, irrompeu em Pernambuco a revolução conhecida como  Confederação do Equador. Essa revolta pode ser relacionada com o crescimento  da oposição liberal ao autoritarismo de Dom Pedro I. A imprensa começou a ocupar lugar de destaque no cenário político. Vários jornais liberais, que defendiam maior autonomia provincial e menor intervenção do imperador, eram editados, como o “Tamoio”, dos irmãos Andrada. Em Pernambuco, havia dois jornais oposicionistas: a Sentinela da Liberdade e o Tífis Pernambucano, cujos principais articuladores eram Cipriano Barata e Frei Caneca respectivamente (FAUSTO, 1994, p. 153). Cipriano logo foi detido, restando ao Frei Caneca o papel de liderança regional, apoiado por figuras locais, como Manuel de Carvalho. Este, em 2 de julho de 1824, proclamou a independência em relação ao governo imperial, criando a Confederação do Equador. Tal país teria como componentes, além de Pernambu