ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

O planeta Terra teve sua origem há, aproximadamente 4,5 bilhões de anos e, assim como o Sol, também se formou de uma força gravitacional que acumulou poeira cósmica e gases em um corpo homogêneo, com ferro e níquel fundidos em seu interior. 500 milhões de anos depois, o planeta passou por um processo de resfriamento e a crosta terrestre começou a ser formada. A partir daí, diferentes camadas foram se consolidando, cada uma com temperatura, densidade e tipos de materiais distintos.
As três principais camadas da Terra são crosta terrestremanto e núcleo. O núcleo é dividido em externo e interno.
núcleo é a camada mais interior da Terra e é formado, basicamente, por níquel e ferro. Estudos indicam que as temperaturas do núcleo chegam em torno dos 6000ºC.
núcleo interno, que é a parte mais densa do planeta Terra, está em estado sólido, em razão da alta pressão no interior do planeta. Essa camada possui temperaturas semelhantes à da superfície do Sol.
núcleo externo possui a mesma composição do núcleo interno, todavia, encontra-se em estado líquido.
manto é a camada mais espessa da Terra e é formado pelo magma, um material pastoso e denso, constituído de rocha fundida. O manto representa mais de 80% do volume do planeta Terra.
crosta terrestre é a camada rochosa mais externa da Terra e possui espessura média de 25 km. Ela é formada basicamente, por oxigênio e silício, além de outros elementos como ferro, cálcio, alumínio, magnésio, em menor quantidade.
Apesar de ser uma camada rochosa, a crosta terrestre não é homogênea. Ao contrário, ela é inteiramente dividida em grandes blocos chamados de placas tectônicas.
Que tal nos aprofundarmos um pouco mais nesse assunto?
Nesse momento, você deve ter percebido que o planeta Terra possui uma intensa fonte de calor em seu interior, que oferece energia para as atividades internas, como o movimento das placas tectônicas. Esses movimentos ocorrem na litosfera.
Observe a representação das placas tectônicas e perceba como a crosta terrestre é totalmente dividida em grandes blocos. Não se esqueça de clicar na área de destaque do mapa, para ver um exemplo real!
Norte-Americana
Euroasiática
do Pacífico
de Cocos
do Caribe
de Nazca
Sul-Americana
Africana
Arábica
Indiana
Australiana
Antártica
Juan de Fuca
das Filipinas
de Scotia

Você já deve ter ouvido falar que, no início do século XX, o cientista alemão Alfred Wegener expôs uma teoria que revolucionou os estudos geológicos da Terra, a chamada Teoria da Deriva Continental.
Wegener foi o primeiro cientista a perceber semelhanças entre as linhas de costa dos continentes africano e sul-americano.
A partir dessa semelhança, ele lançou a tese de que os dois continentes tinham um passado comum e formavam um único continente, a Pangea.
Mais tarde, já na década de 1960, a constatação de que as rochas oceânicas possuíam idades diferentes, levou outros cientistas a formularem a teoria de que o assoalho oceânico se expandia e que a crosta terrestre era toda fragmentada em placas tectônicas.
Foi assim que surgiu a Teoria da Tectônica de Placas, que complementou os estudos de Alfred Wegener.
A Teoria da Deriva Continental postulava que a Terra era formada por um único continente, a Pangea, que foi se separando ao longo dos anos.
Agora que você já sabe que a Teoria da Tectônica de Placas surgiu na década de 1960, a partir do mapeamento do assoalho oceânico e do estudo da idade das rochas, é importante que você conheça um pouco mais sobre esse estudo.
Segundo especialistas, as placas tectônicas se movimentam constantemente e por isso, ora se chocam, ora se separam.
Com esse estudo, comprovou-se que os limites das placas tectônicas podem ser divergentesconvergentes e conservativos ou transformantes.
Além das diferenças entre os limites, também se comprovou que os eventos geológicos (falhas, abalos sísmicos e vulcanismo) são mais intensos nas áreas de contato das placas tectônicas.
Apesar dos cientistas saberem que a crosta estava fragmentada em placas tectônicas, um questionamento ainda não havia sido respondido: qual força faz as placas tectônicas se movimentarem?
Mesmo não conhecendo exatamente todos os processos que ocorrem no interior da Terra, existe um consenso entre a comunidade científica que explica que o motor que move as placas tectônicas é a convecção do manto.
Devido às altas temperaturas, as massas mais leves e aquecidas do magma se expandem e sobem lentamente; em contrapartida, os materiais mais densos e com temperaturas mais baixas descem para ocupar o espaço deixado pelas massas ascendentes.
Esse movimento circular provocado pelo aquecimento e resfriamento do magma recebe o nome de “movimento de convecção do manto”.
Quando o magma aquecido atinge a crosta, ele se resfria rapidamente e se consolida devido às diferenças de temperatura. Esse processo provoca a expansão da crosta terrestre. É por isso que se diz que os continentes estão “se afastando”. Na verdade, são as placas tectônicas que estão em constante movimento.
As placas tectônicas se deslocam devido ao movimento de convecção do manto. Esse movimento é contínuo e, além dos deslocamentos das placas, ele também provoca as transformações das formas de relevo.
No exemplo, as placas tectônica Sul-Americana e Africana se afastam, ou seja, possuem limites divergentes.

EVENTOS GEOLÓGICOS: OROGÊNESE

As placas tectônicas estão em constante movimento, por isso, as zonas de contato entre elas são propícias a ocorrência de diferentes atividades ou eventos geológicos. Vamos conhecer os três principais!
Orogênese é o processo de formação dos dobramentos modernos que resultam na formação das grandes cadeias de montanhas ou cordilheiras.
Os movimentos orogenéticos ocorrem nos limites convergentes das placas tectônicas, em porções instáveis e menos rígidas da crosta terrestre. Esse processo ocorre em uma escala de tempo muito lenta. Ao colidirem, as placas dobram e soerguem, formando as cordilheiras. O Himalaia e os Andes são exemplos de grandes cadeias de montanhas.

EVENTOS GEOLÓGICOS: ABALOS SÍSMICOS

Os abalos sísmicos ou terremotos também estão diretamente associados à tectônica de placas. Eles são provocados pela energia liberada durante o choque entre as placas tectônicas.
Os terremotos podem ser classificados como tremores brusco e passageiros que ocorrem na crosta terrestre e, dependendo de sua magnitude e intensidade, podem causar severos danos na superfície.
Como as placas estão em constante movimento e contato, você deve imaginar que milhares de terremotos ocorrem todos os dias, não é mesmo? Porém, apenas os terremotos de grande magnitude são sentidos na superfície. A magnitude de um terremoto é quantificada pela Escala Richter, que mede a quantidade de energia liberada no foco de origem do terremoto.
Já o parâmetro responsável por mensurar os efeitos que um terremoto provoca na superfície (os danos produzidos nas pessoas, nas construções, no meio ambiente) é a Escala de Mercalli.
Observe até onde pode chegar a magnitude de um terremoto!
Teoricamente, a Escala Richter é infinita, todavia, os pesquisadores entendem que não haja terremotos com mais de 10 graus de magnitude. Na hipótese de ocorrer um terremoto de 12 graus, ele destruiria o planeta Terra.
A ascensão do magma à superfície e seu resfriamento dão origem ao vulcão, com seu formato similar a um cone.
Durante a erupção vulcânica, a lava carrega uma série de gases como dióxido de carbono, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e hidrogênio, formando uma nuvem tóxica.
Alguns eventos de natureza vulcânica são altamente destrutivos, pois lançam gases e micropartículas sólidas na atmosfera a longas distâncias.
Apesar da violência, o vulcanismo provoca a formação de rochas vulcânicas, que se originam no resfriamento da lava. Essas rochas, ao sofrerem processo de intemperismo*, resultam em solos férteis, como o solo de terra roxa.
Também é possível aproveitar a energia liberada na atividade vulcânica para se produzir energia geotérmica.

AGENTES INTERNOS E AGENTES EXTERNOS

Você já deve ter notado que todas as ações que ocorrem no planeta deixam irregularidades de forma e altitude na crosta terrestre.
São essas irregularidades que chamamos de relevo!
Provavelmente, você já observou paisagens com diferentes relevos, mas será que você já se perguntou por que eles se diferem?
Todos os eventos geológicos que você já estudou, como a orogênese (as elevações e dobramentos da crosta que formam as montanhas), abalos sísmicos (os terremotos) e vulcanismo são chamados de agentes internos ou endógenos do relevo.
Esses agentes são responsáveis pela elevação de determinadas áreas da crosta terrestre, isto é, pela estruturação do relevo. Lembre-se! Os agentes internos são impulsionados pela energia liberada no interior do planeta.
Os agentes externos ou exógenos são aqueles que atuam no processo de modelagem do relevo e ocorrem na superfície. Em outras palavras, pode-se dizer que esses agentes esculpem as formas do relevo.
Ao agir na superfície, os agentes exógenos podem provocar intemperismo, erosão, transporte de material e sedimentação. Dentre os principais agentes que modelam o relevo, pode-se citar a ação da água do mar, dos rios, da neve e das chuvas, o vento e a ação das geleiras. As condições da atmosfera, como umidade e temperatura, também provocam transformações nas formas do relevo.
O homem também é um importante agente externo que provoca grandes alterações no relevo. A construção de represas, rodovias e túneis, a criação de aterros e a exploração mineral são atividades que provocam grandes impactos no modelado da superfície.
Compreenda a atuação dos agentes internos e externos!
Observe a imagem de um trecho da Cordilheira dos Andes, próximo à cidade de Puno, no Peru, localizada a mais de 3800 metros de altitude.
Nela, é possível visualizar o resultado da ação dos agentes internos e externos que atuam na definição dessa forma de relevo. Enquanto a orogênese (agente interno) provoca a elevação da cordilheira, a erosão eólica (agente externo) modela o relevo.
As marcas em diagonal, no alto da rocha, são evidências da ação do vento.
Vale lembrar que a ação dos agentes internos e externos é contínua e concomitante.




FORMAS DE RELEVO

Podemos dizer que a atuação conjunta dos agentes internos e externos resultam na variação da fisionomia das paisagens.
O relevo caracteriza-se pela diversidade de forma, altitude, estrutura e processo de formação.
No Brasil, as três principais formas de relevo são os planaltos, as planícies e as depressões.
Classificam-se planaltos as formas de relevo em que o processo de desgaste supera o acúmulo de sedimentos.
Geralmente, os planaltos possuem mais de 200 metros de altitude e são delimitados por escarpas íngremes.

As planícies são formas planas ou pouco inclinadas nas quais predominam os processos de deposição.
As planícies costumam estar localizadas próximas ao litoral e são formadas pelo acúmulo de sedimentos de outras formas que sofreram desgaste.


As depressões são formas rebaixadas em relação às áreas vizinhas. Geralmente possuem superfície aplainada e são resultado de longos processos erosivos.
A origem das depressões está associada à ação de agentes internos, como no caso das crateras vulcânicas desativadas, ou aos agentes externos, como o caso da Depressão Periférica no interior de São Paulo, que foi formada pela ação erosiva da água dos rios.


É importante que você saiba que, no Brasil as formas do relevo são bastante recentes, pois são resultantes, quase sempre, de processos erosivos e, por isso, estão em constante processo de modelagem.
Além dos planaltos, planícies e depressões, há ainda as cordilheiras ou cadeias de montanhas, que são as maiores elevações da superfície terrestre. Essas cadeias são formações recentes, isto é, são dobramentos modernos formados pela orogênese. As cadeias de montanhas possuem terrenos acidentados, vales profundos e encostas íngremes.





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